Teixeira de Freitas não pode, não deve e não quer voltar aos tempos de terror. Evoluímos muito para aceitar isso e sabemos que a população vai reagir a essa monstruosidade. A imprensa de Teixeira de Freitas confia nas autoridades que apuram o caso, mas não vai se conformar com qualquer impunidade. Estamos atentos para que não se repitam os casos Ivan Rocha, Manoel Leal, Ronaldo Santana e tantos outros que fazem do rosto da Bahia um rosto cheio de cicatrizes que marcam dolorosamente o que um povo tem de mais sagrado: a Liberdade.

Estamos voltando do sepultamento do corpo do companheiro Geolino Lopes Xavier, brutalmente assassinado. Geolino foi um jornalista combativo, orgulhoso de sua origem humilde, um homem que amava apaixonadamente a vida. Foi assassinado em pleno exercício da profissão. Acabamos de sepultar os despojos desse companheiro. Foi isso: sepultamos os restos mortais de Geo. Sua história, sua alegria, sua luta, sua generosidade não foram sepultados: esses valores são eternos. Também não foram sepultadas a nossa indignação e a obrigação e a coragem de lutar pra que esse horror não fique impune. Contamos com a população de nossa terra para que essa chama não se apague.